Pousadas e hotéis: como atrair hóspedes para este verão?

Publicado em 19 de novembro de 2020

 

Desde março, a população brasileira enfrenta a pandemia de Covid-19 e, após meses de tantos desafios e mudanças, ingressou no novo normal, procurando retomar a rotina, ajustando-a à uma realidade que continua exigindo muitos cuidados para preservação da saúde.

Temos a proximidade das festas de fim de ano, do verão e das férias, o que naturalmente aumenta o desejo das pessoas de curtirem dias de descanso e lazer. Esta pode ser a esperada oportunidade do setor hoteleiro se recuperar, ao menos parcialmente, das fortes perdas geradas pela crise.

E como hotéis e pousadas podem se preparar para atrair e receber seus hóspedes nessa temporada?

 

Segurança e divulgação
O caminho é oferecer segurança, investindo seriamente no cumprimento de todos os protocolos, adaptando espaços e caprichando na divulgação, principalmente nas redes sociais, convidando as pessoas a aproveitarem dias de relaxamento e lazer em família ou com amigos com todos os cuidados necessários, uma vez que ainda enfrentamos a pandemia.

É fundamental investir em uma boa comunicação, considerando-se ainda a realidade de estar competindo com outras formas de hospedagem, como aluguel de imóvel para temporada e finais de semana com um custo menor e maior possibilidade de isolamento, seja no campo ou na praia.

Diante dessa nova realidade, pousadas e hotéis mais afastados, em meio à natureza, vivem um momento um pouco mais favorável, pois a tendência dos turistas tem sido buscar opções mais distantes e tranquilas, onde há pouco contato com outros turistas e até mesmo com funcionários do local.

No entanto, é necessário oferecer uma infraestrutura completa, convidativa, com comodidades e recursos tecnológicos que permitam ao hóspede se sentir conectado, com internet rápida e de qualidade, por exemplo, bem como estrutura que permita até mesmo o home office, se necessário.

 

Acolhimento e receptividade
Além de toda a estrutura adaptada para garantir a segurança dos hóspedes, todos os funcionários devem ser devidamente treinados para lidar com o “novo normal”, fazendo com que sejam respeitadas e seguidas todas as regras de prevenção, como o uso de máscara, álcool gel, distanciamento etc.

É necessário trabalhar a conscientização e o engajamento em torno dessa nova realidade investindo na capacitação para recepção, acolhimento e total suporte aos hóspedes, pensando também nas situações “críticas”: o que fazer se alguém apresentar febre? Como agir se determinada pessoa se recusar a utilizar máscara no salão de jogos? Tudo deve ser planejado.

 

Impactos da pandemia no setor
Em seis meses de pandemia (março a agosto), o setor de turismo perdeu quase 50 mil estabelecimentos, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A diferença entre aberturas e fechamentos levou o setor a perder 16,7% dos estabelecimentos.

Todos os segmentos turísticos registraram saldos negativos no período de março a agosto, com destaque para os serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (-39,5 mil), seguidos pelo segmento de hospedagem em hotéis, pousadas e similares (-5,4 mil) e transporte rodoviário (- 1,7 mil).

O setor de turismo foi o mais afetado pela queda do nível de atividade ao longo da pandemia de Covid-19. Comparado à média do primeiro bimestre, o volume de receitas do setor ainda apontava uma queda de 56,7% até julho. Situação mais crítica, portanto, que a do volume de vendas do comércio varejista (-1,6%), da produção industrial (-5,6%) e do setor de serviços como um todo (-13,0%).

A maior parte das atividades que compõem o turismo brasileiro segue ainda sem perspectiva de recuperação significativa do nível de atividade nos próximos meses em virtude do caráter não essencial do consumo desses serviços. Além disso, a aversão de consumidores e empresas à demanda por esses serviços, somada ao rígido protocolo que envolve a prestação de serviços dessa natureza, tende a retardar a retomada do setor. Para o ano de 2020, a CNC projeta um saldo negativo de 42,7 mil estabelecimentos.

 

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