A experiência de uma innovation manager em um centro da tecnologia mundial
Após alguns meses de mentoria e de trabalho com as startups e com os executivos da Visa no Brasil, chegou a hora de levar os escolhidos do Programa de Aceleração para o Vale do Sílicio. Esta foi minha segunda vez no Vale do Silício e a sensação é a de que preciso ir ao menos uma vez por ano para dar uma atualizada em todos os sentidos: questionar mais, aprender a pensar de forma diferente, se sentir desconfortável com o status quo, pensar fora da caixa, estar em contato com novas tecnologias, escutar a experiência de quem vive o dia a dia e a respira este mundo tecnológico, além, é claro, de aprender a conviver com as diferenças. E tá aí algo que eles fazem muito bem lá em São Francisco, sede da Visa nos EUA. Além de respeitar, potencializam a multiculturalidade para tirar o melhor de cada um e, assim, transformam essa riqueza cultural em resultado.
E o que o Vale do Silício tem de tão especial? Pense em um lugar que reúne pessoas inteligentes do mundo todo para trocar ideias, interagir, desenvolver novas tecnologias, inclusive as mais disruptivas e que promovem mudanças no estilo de vida no mundo todo. Esses são alguns dos motivos que fazem do Vale uma região tão fascinante e interessante.
Lá, as pessoas são colaborativas e ao mesmo tempo supercompetitivas. Parece paradoxal, mas esse é um outro ponto que me chamou muita a atenção. Network na Bay area (outra forma de se referir ao Vale do Silício) é uma das coisas mais importantes, além, é claro, da sua reputação. Reputação como empreendedor, facilitador, Venture Capital (ou apelidado de VC, que é o nome usado para descrever os investidores de risco), seja lá o papel que você estiver exercendo. Aliás, se você tem algo a oferecer antes de pedir ajuda, tanto melhor! Esta a é a mentalidade do Vale: ofereça antes de pedir.
Está no Vale para captar investimento? Algo como ter um pitch super estruturado sem margem para indagações ou gafes das mais comuns – como a de classificar o posicionamento da startup em um quadrante como única ou pedir a indicação de investidores para um VC que não fez nenhum aporte na sua empresa ou ainda deixar para depois a resposta de agradecimento pelo um bate-papo ou reunião. São pontos que parecem óbvios, mas são erros cometidos com frequência pelos fundadores. Esses foram alguns dos itens levantados em uma conversa com o Pedro Sorrentino, da OneVC, com as cinco startups da categoria Growth (startups maduras) do Programa de Aceleração Visa.
E falando em pitch, foi a primeira vez que tive que fazer um. Minha plateia? Executivos globais da Visa em nossa sede em São Francisco. Meu objetivo? Explicar o porquê do Programa de Aceleração Visa no Brasil. Como responsável pelo programa, a princípio pode até parecer algo simples, afinal de contas, estou há cerca de um ano e meio ouvindo pitches, avaliando posturas, os decks, a dor a ser resolvida, o tamanho do mercado, as soluções, etc. E, para quem participou desde a concepção, falar do programa pode parecer tranquilo. Mas a verdade não é tão simples. Me coloquei literalmente no lugar dos CEOs das startups: me dediquei a criar uma apresentação clara e objetiva, pensando na dor que estou resolvendo com o Programa, para que e por quê. Fiz e refiz a apresentação algumas vezes, sem contar nas horinhas treinando e filmando. Não é tão simples mesmo! Ainda mais quando o pitch não é na sua língua materna. Mas quando há um pitch estruturado, não há manobras para dúvidas, não é mesmo? No final, deu supercerto!
Descobrir em detalhes o papel da APEX Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) foi uma das minhas maiores surpresas. Uma instituição que tem como principal objetivo fomentar e auxiliar empresas brasileiras em sua jornada de internacionalização. A APEX possui metas e indicadores, aproxima investidores de startups nacionais para captação de recursos e tem como principal objetivo promover empresas do Brasil no exterior. Que máximo!
O Programa de Aceleração Visa tem sido, sem dúvida nenhuma, um dos meus maiores desafios e aprendizados profissionais, além de ter um propósito especial. Sem nenhuma rotina, a cada momento há uma nova discussão de um negócio com seus dilemas, oportunidades e particularidades do mercado. Sem falar no desafio da operação para fazer com que a engrenagem rode de uma forma bem organizada.
Vejo o Programa de Aceleração como um grande agente de transformação, não só para mim, mas para a própria Visa. No final, fomos acelerados também como empresa. Vejo hoje funcionários interessados e curiosos em fazer mentorias, com sede de informação para saber mais sobre como funciona o ecossistema; o modelo pitch de fazer apresentação invadiu as reuniões para fazer delas as mais produtivas e eficientes possíveis e algumas ideias foram aceleradas para se tornarem projetos estratégicos. Fiquei feliz e orgulhosa também em testemunhar o compromisso da Visa como um todo em apoiar esses empreendedores, seja com dicas profissionais ou troca de network global e regional.
As startups que participam do Programa ganham muito: exposição com clientes e parceiros Visa, mentorias com super executivos e acesso a conteúdo relevante, sem contar sobre a experiência no Vale do Silício. Mas na minha visão, a Visa ganhou ainda mais: além de acelerados, quebramos paradigmas internos e mudamos nosso mind set.
Obrigada Visa e startups parceiras, por proporem tantas mudanças, aprendizados e novas experiências!
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1/5 das startups participantes do Programa de Aceleração Visa já fechou negócio com a Visa.