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Sala de Imprensa

O círculo virtuoso dos meios eletrônicos de pagamento

por Eduardo Barreto - Vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Visa do Brasil


É fato que a adoção de pagamentos digitais traz benefícios líquidos diretos para consumidores, empresas e governos, aumentando a segurança, reduzindo as despesas com transações bancárias e transporte de dinheiro em papel, facilitando a gestão pública, dentre outros. Mais que isso, a redução do uso do dinheiro em espécie tem um efeito catalisador no desempenho econômico das cidades, aumentando o nível de emprego, a produtividade e a arrecadação fiscal, gerando um verdadeiro círculo virtuoso.

Porém, quando olhamos para um país de dimensões continentais como o Brasil, é fácil perceber que esses benefícios ainda estão, na maior parte das vezes, restritos aos grandes centros urbanos. Segundo um estudo divulgado pela Abecs, o uso dos cartões de crédito e débito continua mais concentrado na região Sudeste, que deteve 61,8% de todas as transações eletrônicas no primeiro trimestre de 2018. Ou seja, são muitas as cidades e regiões sub penetradas do ponto de vista do meio eletrônico de pagamento e que representam tanto oportunidades quanto desafios para todos os participantes da cadeia financeira.

Em minha experiência profissional, pude conhecer de perto algumas dessas cidades e regiões,   por vezes me deparando com situações interessantíssimas, como a de Salinópolis, no litoral do Pará. A cidade recebe todos os anos centenas de milhares de pessoas para aproveitar o verão – que naquela região acontece entre junho e agosto, movimentado a economia local. Imagine todas essas pessoas em uma cidade pequena e o comércio tendo de girar majoritariamente com dinheiro em papel. Complicado, né?

Mais recentemente, pude me aproximar do Sistema de Crédito Cooperativo e, ao conhecer melhor essas instituições capilares, descobri que compartilhamos as mesmas dores – os espaços geográficos gigantes, a falta de infraestrutura em muitas das localidades onde estão – e que não temos escolha senão fazer a diferença onde atuamos. A experiência aumentou ainda mais minha convicção de que se de um lado existem muitos desafios nessas regiões, por outro lado existem muitas organizações procurando respostas para suas necessidades.

 

Fiquei absolutamente motivado quando recebi a responsabilidade de participar da condução do programa “Cidades do Futuro”, uma iniciativa conjunta entre a Visa e seus parceiros, que tem como objetivo incentivar o uso dos meios eletrônicos de pagamento nas cidades brasileiras. O Programa busca fazer a conexão entre os participantes do ecossistema de meios de pagamento, do governo, do comércio e de outras instituições, estendendo os benefícios do pagamento digital a todas as regiões do país. As primeiras cidades a receber o Programa são Campina Grande, Maringá e Belém. A partir dos acertos e correções de rumo, bem como da experiência e do aprendizados que teremos com estas iniciativas, definiremos o escopo do programa para o próximo ano. A expectativa é, em 1 ano, impactar até 20 outras cidades e suas regiões de desenvolvimento com ações do Programa.

A receptividade que estamos observando para esta iniciativa não poderia ser melhor. Dentre outros motivos, o benefício claro no que tange aos impactos na segurança das localidades de atuação, um problema sério não só dos grandes centros, mas também das cidades de pequeno e médio porte, chama a atenção. Nesses casos, o problema se dá pela própria falta de infraestrutura, já que a necessidade e o hábito de usar dinheiro em espécie torna fácil para bandos armados explodirem caixas automáticos, subtraírem os recursos, inutilizando instalações e deixando a população desassistida. Em muitos casos, muitas pessoas passam longos períodos tendo que se deslocar por quilômetros, às vezes, mais de uma vez por mês, para fazer seus saques e depósitos. Uma das formas de mitigar esses riscos é justamente transformar aquele dia a dia baseado no uso do dinheiro em papel em moeda eletrônica.

Outro vetor para ampliar a adoção dos meios eletrônicos de pagamento é o transporte público. Estamos buscando ser uma solução para o embarque do usuário, permitindo que ele compre seu bilhete ou crédito evitando filas, utilizando no transporte o mesmo cartão que ele utiliza na padaria, no supermercado, etc. Além disso, a formalização da economia também é um fator importante. Conversando com representantes de várias cidades, aumenta ainda mais a convicção de que a ampliação da aceitação e emissão de cartões resultará numa maior arrecadação, podendo ser traduzido depois em mais serviços para a população.

Não tenho dúvida de que o melhor caminho para identificar o problema a ser resolvido, e a melhor forma de atacá-lo, é a partir do olhar de quem é da própria região. Mais ainda, sabemos que o programa só terá sucesso se a comunidade e a estrutura pública local perceberem a importância do engajamento nesse processo de transformação. Logo, estamos conversando tanto com as comunidades organizadas quanto com o poder público, para a partir do conhecimento local estabelecer a melhor forma de atuar.

Enfim, muito importante reforçar que o Programa “Cidades do Futuro” é uma iniciativa aberta. Estamos falando de um movimento de indústria. Precisamos do engajamento de todos. A Visa, um emissor, um credenciador ou um estabelecimento comercial sozinhos não vão transformar as cidades da maneira que elas podem ser transformadas. Esse é um movimento necessariamente inclusivo e, somente com este viés, o círculo virtuoso dos meios eletrônicos de pagamento poderá se espalhar pelo país

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