Precisamos, ainda, de mais mulheres na tecnologia
São Paulo, 18 de novembro de 2022 - Comecei a minha trajetória profissional em 1998, quando estudava Processamento de Dados, como estagiária de Help Desk, prestando suporte de TI para o pessoal da empresa. A Visa ainda era uma empresa com cerca de 30 pessoas, em sua maioria homens, o que era bastante comum no mundo financeiro. Mas algo era diferente comparado as outras empresas nas quais já tinha passado por processos de seleção na busca de estágio, a gestora da área de Tecnologia era uma mulher, algo pouco comum na época.
A presença dela foi uma referência muito importante, pois me acendeu desde então um alerta: havia espaços para as mulheres na empresa e eu estava motivada a me desenvolver ali, e foi o que aconteceu. Sem dúvida, precisei de resiliência, muito empenho, trabalho em horários pouco convencionais para desempenhar a minha função e crescer no segmento, ainda mais se pensarmos na realidade do mercado de tecnologia da época.
O cenário da década mostrou uma evolução e, em 2010, havia cerca de 91 mil profissionais mulheres no segmento, segundo o IBGE. Entretanto, isso significava apenas 21% do total dos trabalhadores no mercado de tecnologia. E essa era a realidade da minha vida no ano em que fiquei grávida do meu primeiro filho, ainda em 2010. Eu estava trabalhando em um dos projetos mais importantes da minha carreira e que mudaria o mercado de cartões com a abertura da multiadquirência – o que exigiu muitas horas de trabalho, viagens e dedicação extra.
Mudei minha rotina, adaptei funções e passei a integrar o time de Operações da empresa quando retornei da licença. Alguns anos depois, passei a gerenciar projetos de implementação de meios de pagamento e tive a oportunidade de liderar um time pela primeira vez. E, em 2014, veio a segunda gravidez, dessa vez de gêmeos. Isso fez com que muita gente me perguntasse se eu voltaria a trabalhar. Retornei, assumi novos desafios em Operações e, hoje, sou vice-presidente da área.
Hoje, há muito mais mulheres em tecnologia comparado a época que comecei. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a participação feminina nesse mercado cresceu 60% nos últimos cinco anos. Talvez isso faça com que elas não tenham sua profissão questionada quando se tornam mães, não haja comentários tão frequentes como os que eu escutei quando descobri que teria gêmeos.
Sei que ser mulher no mercado de tecnologia ainda é fazer parte da minoria. Segundouma pesquisa de dezembro de 2021 da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), as mulheres representam apenas 37% das posições na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Se formos pensar em cargos de liderança como o meu, o número será infinitamente menor.
Mas consigo ver uma luz no fim do túnel: esses dados mostram que há, ainda, um abismo, mas também há oportunidade. O mercado de TI registra um déficit de profissionais no Brasil e no mundo. De acordo com o relatório da Microsoft, (ISC)² Cybersecurity Workforce Study, há uma defasagem de mais de 400 mil profissionais só no segmento de cibersegurança no Brasil, por exemplo. No mundo, estima-se que há uma carência de 2,7 milhões de profissionais. Se formos pensar na totalidade do ambiente de TIC, o número é ainda maior. É aí que vejo a oportunidade: como líderes de grandes organizações temos que formar e empregar mais mulheres em Tecnologia.
Assumo aqui que as organizações têm responsabilidade para contribuir com a inclusão de não só mais mulheres, mas incentivar a diversidade em toda a sua totalidade, como promover iniciativas para acolher mães e pais, oferecer facilitadores para o aleitamento no ambiente de trabalho, entre muitas outras ações. Já sabemos que uma empresa diversa é mais criativa, gera mais negócios e é mais rentável. Resta a nós, gestores, entendermos o nosso papel de inclusão nos ambientes em que atuamos.
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