Dee Hock, Fundador e CEO emérito da Visa, não é tão conhecido fora do universo dos serviços financeiros. Contudo, de muitas maneiras, seu impacto e influência superaram mais barreiras que quase qualquer outro líder nos últimos cinquenta anos.
Aqueles capazes de enxergar além do horizonte e imaginar um mundo que ainda não existe compõem uma lista de visionários muito curta. Ainda menor é a lista daqueles que materializam conceitos em realidade da forma que Dee fez com a Visa.
O falecimento de Dee Hock em julho, aos 93 anos, em sua casa em Olympia, Washington, é uma grande perda sentida por todos que trabalham na Visa e por nossos parceiros.
Quando Dee reuniu um grupo de banqueiros escolhidos a dedo um hotel em Sausalito, na Califórinia, em 1969, a tarefa à frente deles parecia quase impossível. Dee era responsável por redefinir o programa BankAmericard, que passava por dificuldades e estava afundando em fraudes e dívidas. Não contente em simplesmente solucionar os problemas do BankAmericard, ele automaticamente pensou e agiu de forma ampla e ousada.
“Dos anos debatendo no ensino médio e na faculdade, desenvolvi um hábito de ir mais a fundo nas coisas, de tentar chegar na essência e não ficar só na superfície. Então, comecei refletindo: O que é um banco e o que é dinheiro?”
Para quem trabalhou com ou para Dee, ele podia ser encantador, brilhante e eloquente — às vezes na mesma conversa ou interação. Mais do que qualquer sistema, rede ou empresa, Dee considerava o dinheiro físico como seu mais potente e intransigente rival. Envisionava um mundo sem atritos comerciais, em que qualquer um, em qualquer lugar, pudesse realizar transações “24 horas por dia, 7 dias por semana, com absoluta confiança. E isso iria além do idioma, da cultura e da moeda.”
Ele também podia levar a competição muito a sério. Quando escutou que outra rede de pagamentos estava desenvolvendo autorização por computador, compensação e liquidação ao mesmo tempo que o National BankAmericard Inc.¹, incentivou sua equipe a lançar a VisaNet, garantindo que a Visa fosse a primeira organização a digitalizar totalmente as transações com cartão no momento da venda. Dee também tinha muita fé em seus funcionários. Quando chegou a hora de criar um novo nome em 1976, ele recorreu à sua equipe interna, por meio de um concurso, para apresentar a Visa, que se tornou uma marca icônica desde então.