Segurança hiperpersonalizada: o poder da inteligência adaptativa na prevenção de fraudes
A cada nova modalidade de golpe no sistema financeiro, surge uma pergunta inevitável: como identificar o risco real sem travar a vida de quem está só tentando fazer um Pix, pagar um café ou comprar um presente?
Por muito tempo, a resposta veio de modelos que seguiam um padrão fixo. Lugar suspeito, valor alto, horário estranho? Bloqueia. Mas os fraudadores aprenderam a jogar esse jogo. Começaram a imitar os nossos comportamentos mais comuns e, pior, a passar despercebidos por sistemas que olham só para o “óbvio”
Foi aí que algo importante mudou. A segurança deixou de seguir um olhar generalizado do risco e passou a observar o que é legítimo para cada pessoa. E isso muda tudo.
Hoje, com o uso de inteligência artificial adaptativa, conseguimos criar perfis únicos de comportamento de consumidores, empresas e até dispositivos. A tecnologia entende o que é “normal” para o usuário, e é com base nesse histórico que reconhece qualquer sinal fora da curva. Não importa se o golpe é novo, se não combina com seu padrão, ele acende o alerta.
Um bom exemplo dessa mudança de paradigma está em soluções como o ARIC™ Risk Hub, que aplicam IA comportamental para analisar milhares de sinais em tempo real e tomar decisões personalizadas, com base no que é legítimo para cada perfil. É uma inteligência que aprende continuamente, se ajusta em milissegundos e atua com precisão, mesmo diante de fraudes inéditas.
A hiperpersonalização, aposta da vez no varejo para ofertas e marketing, virou peça-chave também no combate a fraudes. A IA aprende com o tempo, cruza dados em segundo plano e ajuda a prevenir sem prejudicar a experiência. É como ter uma inteligência que observa silenciosamente e age rápido, antes mesmo que o golpe se concretize.
Isso vale para cartões, Pix, onboarding digital, transferências, e por aí vai. Quanto mais conectado o ecossistema, mais valioso é contar com uma segurança que se adapta à complexidade.
Além disso, o combate à fraude hoje se beneficia de uma abordagem colaborativa e integrada. Bancos, fintechs e instituições compartilham informações sobre ameaças emergentes, criando uma verdadeira rede de proteção. Plataformas de inteligência contra fraudes usam dados anonimizados de múltiplas fontes, ampliando a capacidade de detectar padrões suspeitos em escala nacional e até global.
Outro ponto essencial é a combinação entre tecnologia avançada e atuação humana. Embora algoritmos de IA sejam extremamente eficazes para identificar anomalias, o olhar especializado de analistas de fraude continua sendo indispensável para validar casos que exigem interpretação contextual ou para refinar os próprios modelos de detecção. A sinergia entre máquina e ser humano torna a resposta mais ágil e assertiva.
A beleza dessa abordagem está justamente no equilíbrio. A boa segurança não é a que grita a todo momento, e sim a que está sempre atenta, mas quase invisível. E quanto mais humana ela se torna (no sentido de observar comportamentos individuais), mais eficaz ela é.
Vale destacar também o impacto regulatório e a necessidade de oferecer privacidade e transparência. O uso de dados para prevenção de fraudes precisa ser feito em conformidade com legislações como a LGPD, de forma que o cliente tenha seus direitos respeitados e saiba como suas informações estão sendo utilizadas. Transparência e ética são fundamentais para fortalecer a confiança nesse novo modelo de segurança.
Fraudes vão continuar tentando se reinventar. Mas a resposta pode estar exatamente na nossa capacidade de prever, se antecipar e tratar cada cliente, cada comportamento, como único. Combater a fraude é um processo contínuo de inovação, adaptação e colaboração. A tecnologia certa, aliada à inteligência humana e a uma cultura de segurança focada no cliente, é o que permitirá proteger o sistema financeiro sem abrir mão da agilidade e da experiência que todos buscamos nas nossas transações do dia a dia.